Pedagogia

Pedagogia
Como é bom ser educador

domingo, 14 de novembro de 2010

Projeto: Mobilizando as práticas diárias e formativas dos educadores nas relações de gênero dos processos educativos.


Universidade Anhanguera-Uniderp

Mobilizando as práticas diárias e formativas dos educadores nas relações de gênero dos processos educativos.

1        Identificação da Unidade Escolar:
Nome: Estrelas
Endereço: Alagoas        nº.: 123
Bairro: Lagoa
Município: Campo Grande
Telefone: (67) 0000-0000
Estado: MS
CEP: 79000000
Equipe Pedagógica:
Bel (Direção)
Sil (Coordenação)
Identificação do Projeto:
Natureza: Curso de Formação Continuada e Formativa de Professores.

Público Alvo: Professores

Estimativa de Participantes: 15 Professores
Equipe de Elaboração e Execução:
Érica Nasc. Vieira (Coordenadora)
Daiani Cerutti, Ezequiel Roden, Inês Reis, Juliana S. Rodrigues e Luciene Ribeiro.    (Participantes do grupo).

Início:
Maio de 2010

Término:
Junho de 2010
Carga Horária Total:
 20/h.
 3. Justificativa: 

       Visando explicitar as diversidades culturais encontradas pelo docente na sala de aula e como trabalhá-los de maneira comumente entre os discentes, elaboramos este projeto na qual vem com o objetivo de discutir em maior abrangência o tema gênero.
Entendemos que nos encontramos em um contexto de pluralidade muito grande, onde há inúmeras possibilidades de caracterizar o feminino e o masculino, com base nesta variedade e convivência de idéias é lançado ao professor o desafio de como se usar metodologias necessárias para se trabalhar neste contexto tão amplo e significativo, porém, as controvérsias deste contexto são muito evidentes, pois nos deparamos com profissionais da educação que ainda diferem o que é conveniente ao menino, assim como o que é conveniente a menina.
Deve se tratar de questões que norteiam as relações entre masculino e femininos dando espaço para o diferente. No contexto educacional há uma grande produção da desigualdades nas questões de gêneros. Assim acreditamos que “uma postura critica e reflexiva por parte de todos aqueles que atuam em instituições de ensino, e a problematização de práticas cotidianas escolares que interferem na construção da identidade de gêneros são iniciativas possíveis e necessárias para legitimação de novos modos de subjetivação”.( Gestalt e Gêneros,2005,p.180)      
Para Louro (1997), é preciso compreender o gênero como “constituinte da identidade dos sujeitos”. A identidade se forma de acordo com o processo de socialização.
Ao fazer uma avaliação histórica, entendemos que esta acepção de idéias são paradigmas e conceitos culturais de uma sociedade na qual sofreram mudanças e permanências. A cada momento histórico a cultura e a sociedades determina concepções diversas sobre o feminino e masculino em diferentes contextos de raça, classe, idade, religião, educação, etc. Ao discutir os conceitos de gêneros o livro Gestalt e Gêneros traz a seguinte abordagem:
A questão do tempo também contribuiu para o caráter plural do gênero, na medida em que cada época lança seus valores e preceitos, e a concepção do que é vivido e representado como feminino e masculino também está engendrada nesses fatores e no momento histórico que os legitima. (Gestalt e gêneros, 2005, p.172).
                                              
      A nossa intenção é questionar a mudança da construção de gênero no espaço escolarizado que por meio das práticas cotidianas de tratamento que atualmente tem provocado uma dicotomia entre os gêneros masculinos e femininos. Segundo o PCN volume10, revela que:
                                      A discussão sobre relações de gêneros tem como objetivo combater relações autoritárias, questionar a rigidez dos padrões de conduta estabelecidos para homens e mulheres e apontar para sua transformação. (...) As diferenças não devem ficar aprisionadas em padrões preestabelecidos, mas podem e devem ser vividos a partir da singularidade de cada um, apontando para a equidade entre os sexos. (PCN volume 10, 2000, p.144)
          
            A proposta principal do projeto é fornecer elementos que auxilie os educadores para transformar as práticas de ensino, os profissionais devem identificar e analisar situações do cotidiano escolar e trabalhar para o rompimento de preconceitos com um olhar social e crítico diante dessas diferenças de gênero promovendo e valorizando as diversidades.
Dispunha do profissional da educação intervir nos conflitos, propor situações de trabalho em conjunto com estratégias de facilitação das relações entre meninos e meninas.
É preciso refletir sobre a temática gênero, considerando a desigualdade social que o determinismo biológico cria, ao estabelecer padrões de comportamento a homens e mulheres historicamente na sociedade. Segundo Louro: “Para que se compreenda o lugar e as relações de homens e mulheres numa sociedade importa observar não exatamente seus sexos, mas sim tudo o que socialmente se construiu sobre os sexos”. (Louro, 1997, p.55). É evidente atitudes tradicionalistas que mantém as relações entre feminino e masculino com cristalizações e dicotomias que sustentam as desigualdades entre os sexos.
O desafio atual é como trabalhar com esses paradigmas antigos ou novos conceitos? Meninos cor azul, meninas cor de rosa? Como trabalhar os gêneros na educação? Ao se questionar é preciso que o professor reflita sobre sua conduta diária escolar e estabeleça proposta de mudanças na realidade social que vem tratando à temática da diversidade.
 “Mude, mas comece devagar. Porque a direção é mais importante que a velocidade” (Clarice Lispector).

  4. Objetivos:
Geral:
           Criar um espaço formativo para professores, que se discutam compreender as diversas situações das relações de gêneros, refletindo e possibilitando um ambiente de aprendizagem.

Específicos:
           Provocar reflexões critica entre os professores, sobre discussões dicotômicas de gêneros.
Auxiliar os professores a utilizar o material didático quanto aos conceitos de gêneros.
Sensibilizar os professores em sua conduta.
Informar os educadores das suas praticas diárias em relação aos alunos.
Trabalhar e introduzir a noção de diversidade e a necessidade do respeito às diferenças a fim de evitar preconceitos.
           Formar professores para que possam refletir e obter instrumentos para lidar com os comportamentos e atitudes que envolvam relações de gênero.

 5. Metodologia:

Com base nos estudos realizados pelo 5º semestre do curso de pedagogia da universidade Anhaguera-Uniderp na disciplina de Educação e Diversidade ministrada pela professora Ana Paula Gaspar Melin foi discutido a proposta de elaboração de um projeto que pudesse trabalhar com a diversidade depois de uma observação da escola escolhida.
Após a visitação e observação na escola, foi discutida a necessidade da elaboração do projeto, aonde viesse a mobilizar os educadores oferecendo elementos para transformar as práticas de ensino trabalhando com o tema gênero.
O projeto foi elaborado para atender quinze educadores e esta distribuídos em cinco momentos cada um com duas horas de duração, totalizando dez horas de formação continuada para os professores. Os encontros estão distribuídos em proposta de atividade como: dinâmicas, montagem de mural, formulário, projeção de videos, texto para debate, palestra e pesquisa e discussão de caso.
Será necessária a disponibilidade de uma sala ampla para acomodarem os professores. E disponibilidade de horário tanto da parte da escola como dos professores para que o projeto possa atingir a meta de atender todos os professores.
Contaremos com a colaboração da escola dos diretores e coordenador para a aplicação das atividades e na avaliação final.

 6. Programação:

Primeiro encontro - Duração 2horas: O objetivo é obter informações prévias dos educadores relacionadas ao termo “gênero” através do preenchimento de um formulário onde pudesse saber qual o conhecimento e entendimento que os profissionais da educação têm e como ele vem atuando e se comportado diante de situações relacionadas sobre o tema.
Formulário a ser avaliado:
O que você entende por gênero?
Que características representa o sexo feminino e masculino para você?
Que tipos de brinquedos você ofereceria para as meninas e para os meninos?
Você acha que meninos e meninas podem brincar com os mesmos brinquedos?
Você percebe algumas diferenças na forma de brincar de meninos e meninas?
Em sua opinião, existe na escola alguma pratica que provoque desigualdade entre os sexos?
Qual sua opinião sobre meninos brincar de bonecas e meninas brincar de carrinho?
Através das reflexões deste formulário será notada qual a necessidade de apresentar, discutir e refletir sobre como intervir no meio social do cotidiano escolar.
      Após será aplicado uma dinâmica para identificar as dicotomias de gêneros:Os educadores serão convidados a escrever em um papel uma palavra que signifique “homem” o que caracteriza o sexo masculino.
Depois escrever uma palavra que signifique “mulher” o que caracteriza o sexo feminino.
As palavras deverão ser escritas em um quadro negro, separadas em duas colunas.
Avaliar as palavras destacadas como uma problematização produzidas pelas dicotomias entre os gêneros, lançando pergunta como:
Será que todas as mulheres são sensíveis?
Não existem homens amorosos?
A pessoa deixa de ser homem se for delicada?
Ou deixa de ser mulher se for machista?
Todos os homens são machistas?
Todas as mulheres são mães?
As perguntas deverão ser elaboradas de acordo com as palavras descritas para o sexo feminino e masculino.
Assim poderemos identificar como a nossa sociedade esta organizada a compreender as concepções de gêneros masculino e feminino determinando fortemente papeis a cada um. Refletir sobre as associações do sexo masculino como representante de força, agressividade e poder, o feminino é visto pela ótica da fragilidade, da calma e tranqüilidade. Levantar discussões sobre as polêmicas questões que são impostas se indagando porque menino não pode chorar, menina tem que ter modos, menino brinca de carrinho, menina brinca de boneca, rosa para meninas, azul para meninos. Identificar  as construções de padrões que podem  prejudicar tanto homens quanto mulheres. Exemplo: Homem educados para ser competitivo, agressivo contribui pra violência, sendo um dominador, mulheres educadas  para fragilidade, aceitará as violência terá medo de se impor.     
Segundo encontro - Duração 2horas: Será disponibilizado 40 min no laboratório de informática para que os professores pesquisem sobre a diversidade enfatizando o tema “gênero” e façam anotações, depois realizem um debate entre eles, uma discussão de caso a sua conduta na sala de aula como trabalhar na sua pratica educativa.
Após será realizado uma dinâmica que irá intervir no pensamento e na consciência dos educadores.
A dinâmica consiste em realizar dobraduras em um papel, para cada dobra o participante deverá lembrar experiências marcantes em sua vida, por exemplo: uma experiência que passou na infância; uma situação difícil, vexatória e de humilhação que tenha passado em sua infância e na adolescência; uma situação em que o - caracterizou como mulher ou como homem dando comentários, apelidos, uma situação marcante na escola ou na vida pessoal, que tenha sido boa ou não; o primeiro namorado o primeiro beijo, uma mentira que não funcionou e teve conseqüência, um professor que deixou boas ou más lembranças; uma atividade na escola que não esqueceu, entre outras.
Ao final deve se solicitar que o papel seja desdobrado e que a pessoa tente deixá-lo como o original sem dobras e marcas. Segue-se a analogia assim como as “marcas” que ficaram no papel com aquela experiência e lembranças, ficaram também ao longo da vida de cada um.
Assim os professores poderão refletir sobre as marcas deixadas por outras pessoas ao longo de várias etapas de suas vidas (infância, adolescência e idade adulta) situações, experiências ou comentários, sendo elas negativas ou positivas. A questão principal sera refletir: “Que tipo de marcas, nós profissionais da educação, podemos e queremos deixar em nossos alunos?”.
Ao se indagarem com essa questão os educadores percebem a importância do cuidado na abordagem de temáticas relacionadas a gêneros. 
Terceiro encontro - Duração 2horas: Discutir a dicotomias e papéis de gênero através de uma projeção do filme “Acorda Raimundo, Acorda”
Ficha Técnica: retirada de http://www.sec.ba.gov.br “Duração: 15: 46”
Origem: Brasil. Produção/Distribuição: Ibase Vídeo – Iser Vídeo
Ano: 1990. Cor: Colorido
Elenco: Paulo Betti, Eliane Giardini, Zezé Motta e José Mayer.
Sinopse: o vídeo apresenta a vida de uma família operária dos anos 1980 em que os papéis sociais de homem e mulher são invertidos. Por meio dessa inversão, são explicitadas desigualdades, situações de violência e ausência de igualdade de direitos. Produzido pela ONG Ibase (www.ibase.org.br).
A apresentação do filme terá por objetivo discutir a possibilidade da troca de papéis de gênero e desconstruir a noção de papéis nitidamente demarcados para homens e mulheres, onde o poder masculino é valorizado e visto como regra. Cada um deve dar seu ponto de vista relacionando o filme aos seus conhecimentos sobre gêneros.
Em um segundo momento espalhar papeis sulfites com nomes de brinquedos e brincadeiras pelo chão e pedir para que cada professor escolha um papel, identifique o brinquedo que escolheu e fale sobre ele, depois falar porque escolheu este brinquedo todos deve comentar sobre sua escolha. Assim refletir sobre que brinquedos e brincadeiras que estão sendo oferecendo aos seus alunos, para que não haja discriminação e classificação, mobilizando que todos possam brincar e se divertir com os mesmos brinquedos.
Quarto encontro - Duração 2horas: Será administrada uma palestra com a Profª. Msc. Maria de Lurdes Silva (UEMS/UFSCAR) que venha a discutir a construção de identidade das crianças e adolescentes na relação de gênero determinada pela sociedade. Enfatizando quais são as verdades e mitos na construção de identidade. Ao final da palestra será aberto um momento de reflexão onde o professor poderá expor seu pensamento e suas dúvidas para que possa ser discutida com intuito de encontra uma resposta para a sua prática.
Disponibilizar revistas, papel pardo, canetinhas para que os professores montem um mural com figuras e simbolo que caracterize a prática de homens e mulheres destacando as discriminações. E solucionando as problematizações.  
         Quinto encontro - Duração 2horas: Refletir a diversidade e a relação de gênero na escolar com o textoDiferenças de gênero na escola: interiorização do masculino e do feminino” (Souza, Fabiana Cristina de – UNESP), através de uma mesa redonda e debate, enfatizando gêneros na realidade escolar. Em seguida os professores deverão fazer uma auto-avaliação sobre as sua conduta na pratica educacional sobre o tema e relatar que importância o projeto teve em sua conduta profissional e pessoal. 

  7. Avaliação:

Será avaliado o conhecimento prévio dos professores sobre o tema “gênero” observando a compreensão através do questionário e da pronunciação dos professores.
 Durante o desenvolvimento do projeto será analisada uma auto-avaliação do professor sobre a sua conduta antes e depois do projeto, que importância o projeto teve em sua pratica. Toda a avaliação será participativa e objetiva acompanhada de uma lista de freqüência.   
 
 8. Recursos:
Materiais/Equipamentos Permanentes:
Data-show (material para aquisição);
Laboratório de informática;
Materiais/Consumo:
          Os materiais relacionados ao projeto: texto 15 copia, 15 folhas para o preenchimento do formulário, 15 folhas para a realização da primeira dinâmicas, 15 folha para a realização da segunda dinâmica, 2 copias dos tipos de brincadeiras e brinquedos ,15 folhas para a auto-avaliação dos professores, revistas, tesouras, canetinhas, canetas, papel pardo.

Humanos:
Para a palestra será convidada a Profª. Msc. Maria de Lurdes Silva (UEMS/UFSCAR)

 9. Referências:
Básica:
Gestalt e Gênero: Configurações do Masculino e Feminino na Contemporaneidade (264 p.). Lilian Meyer Frazão; Sérgio Lizias C. de O. Rocha (org.) Campinas: Livro Pleno, 2005.
LOURO, Guacira Lopes. Gênero, Sexualidade e Educação: Uma perspectiva pós-estruturalista. 1997.
Brasil. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: pluralidade cultural, orientação sexual / Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997.  volume 10.

Complementar:
http://www.ppgte.ct.utfpr.edu.br/grupos/genero/

http://www.educarede.org.br/educa/index.

 10. Aprovação do Projeto:
                             Campo Grande ____________ de ________________ de 2010.
 
      __________________________________
                Coordenadora do Projeto

Nenhum comentário:

Postar um comentário